15 Concentração
“Metric Power”, Beer (2016).
Talvez para um apêndice: permaneço com uma série de perguntas de pesquisa, e ambíguo quanto a querer respondê-las: por mais que a curiosidade seja grande, trata-se de um conhecimento que só um sistema de vigilância global muito mais invasivo que os de hoje poderia acessar. A mera inferência parece insuficiente para saber o que segue; as peguntas ao menos ajudam a entender como as estimativas atuais da “datasfera” são limitadas:
Qual é a quantidade de dados que permanece armazenada de um ano para outro, isto é, que é transmitida para o futuro?
Qual é a quantidade de dados gerados num ano mas que não são armazenados, isto é, informações transientes?
Qual é a quantidade de dados únicos, isto é, sem dupla contagem?
Qual é a razão entre a quantidade de dados e a quantidade de dados únicos?
Qual é quantidade de dados que apagados num dado ano?
Qual é quantidade de dados que corresponde ao tráfego de dados, e o quanto disso é “payload” efetivo, isto é, mensagem para consumo final?
Qual é a quantidade de dados correspondente a comando e controle, isto é, que corresponde a transações negociais entre sistemas etc?
Deste total de dados produzidos, o que é efetivamente usado por pessoas?
Qual será o tamanho do depósito de lixo informacional, em zettashits?
O quanto de informação uma pessoa está sujeita, em média?
Onde esses dados são armazenados? Tendência à concentração em silos.
Temos algum motivo para acreditar que toda essa quantidade de informação necessariamente contribuirá com um mundo mais justo, equânime, com a democracia etc?
Qual o tamanho deste texto, que não pára de se alongar?